Desde a década de 1990, quando houve a introdução da microcâmera, que a laparoscopia é muito utilizada na investigação e no tratamento da infertilidade. Por esta técnica, é possível identificar inúmeras condições que impedem ou dificultam a fertilidade feminina, como endometriose, miomas, cistos de ovário, aderências e obstrução tubária. Além disto, é possível também realizar intervenções curativas, com retirar estes miomas ou cistos, desfazer aderências e cauterizar focos de endometriose.
Além de recurso diagnóstico importante, a laparoscopia é nos dias de hoje uma arma terapêutica definitiva para mulheres inférteis. Com o advento da videocirurgia, houve um progresso acentuado nos recursos para tratamento da mulher infértil, com recuperação da anatomia pélvica e funcionalidade reprodutiva, por intermédio de um processo minimamente invasivo.
A laparoscopia cirúrgica é realizada sob anestesia geral, onde a cavidade abdominal é distendida com gás carbônico, permitindo assim a visualização e a manipulação dos órgãos do abdômen. Uma cânula com uma câmera é introduzida na cicatriz umbilical, permitindo que as estruturas como útero, trompas e ovários sejam vistas em uma tela. O procedimento é realizado em regime ambulatorial, não necessitando que a paciente fique internada no hospital. A recuperação é rápida e o retorno às atividades usualmente se dá entre 24-48 horas pós-laparoscopia.
Exame trata a principal causa da infertilidade feminina
Normalmente, a videolaparoscopia contribui em casos específicos, curando ou preparando a mulher para tratamentos mais especializados. No caso, por exemplo, da laparoscopia com ablação ou retirada de lesões endometrióticas e lise de aderências, o tratamento cirúrgico pode ser realizado antes das técnicas de reprodução assistida, sempre levando em consideração a idade da paciente, tempo de infertilidade, dor pélvica e história familiar. Em pacientes jovens, terminado o procedimento, a mulher pode tentar uma gravidez natural por alguns meses.
Alguns estudos recentes mostram, inclusive, que o tratamento da principal causa de infertilidade das mulheres no país, a endometriose, pela laparoscopia, tanto na leve quanto na profunda, aumenta as chances de a mulher engravidar. Isso acontece por conta da correção anatômica realizada na cirurgia e pela retirada das lesões, já que o endométrio passa a ser mais receptivo para a implantação do embrião, a ovulação passa a gerar óvulos de melhor qualidade e o líquido peritoneal deixa de ser hostil aos gametas (óvulo e espermatozóide).
Vantagens
Para as pacientes, em comparação com as cirurgias convencionais “abertas”, tem como principais vantagens o menor trauma a parede abdominal e a recuperação pós-operatória mais rápida. Para os cirurgiões, que dominam a técnica, a principal vantagem é a visualização em grande aumento e em alta definição dos órgãos e tecidos do interior da pelve possibilitando cirurgias mais minuciosas e detalhadas.
Fonte: ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica Gera
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